Correios colocam 66 imóveis à venda em meio a crise financeira

Correios colocam 66 imóveis à venda para reduzir custos, incluindo antigo clube dos carteiros em Brasília avaliado em R$ 273 milhões. Medida busca aliviar crise financeira após prejuízo de R$ 1,7 bilhão no trimestre.

Empresa busca economizar com manutenção e levantar recursos para realinhar estratégias

Por Painel Mercantil
24 de junho de 2025

Os Correios deram início a um amplo processo de venda de imóveis como parte de um plano para reduzir custos e otimizar sua estrutura patrimonial. No total, 66 imóveis estão sendo ofertados, com um valor estimado em R$ 860 milhões. A medida ocorre em um momento de grave crise financeira na estatal, que registrou um prejuízo de R$ 1,7 bilhão no primeiro trimestre deste ano – o pior resultado para o período desde 2017.

Atualmente, a empresa possui 2.369 imóveis em todo o país, incluindo agências, centros de distribuição e escritórios. Desse total, 66 unidades estão ociosas, motivando a decisão de vendê-las por meio de licitações ou negociações diretas.

Joias da coroa entre os imóveis à venda

Entre os destaques está o antigo clube dos carteiros, localizado na Asa Norte, em Brasília, avaliado em R$ 273 milhões. O empreendimento possui 14 edificações em um terreno de 212 mil m² (equivalente a 25 campos de futebol), com auditório, salão nobre, piscinas, quadras de tênis, campos de futebol e churrasqueiras. Segundo os Correios, o local estava subutilizado, tornando sua manutenção financeiramente inviável.

Outro imóvel de destaque é um prédio de 17 andares na Avenida Paulo VI, em Salvador, oferecido por R$ 109 milhões. A lista completa dos imóveis disponíveis pode ser acessada no site www.imovelcorreios.com.br.

Redução de custos e foco em novos negócios

Em nota, os Correios afirmaram que a venda de imóveis não está diretamente ligada aos prejuízos recentes, mas faz parte de uma política de gestão patrimonial.

“A alienação de imóveis ociosos visa reduzir custos e obter receita com ativos que não atendem mais aos interesses operacionais ou administrativos da empresa”, explicou a estatal.

Além disso, a empresa destacou que os recursos obtidos serão redirecionados para investimentos estratégicos, como o lançamento do marketplace “Mais Correios”, previsto para o segundo semestre deste ano, que pretende concorrer com gigantes como Mercado Livre, Amazon e Shopee.

Parcerias para evitar elefantes brancos

Além das vendas, os Correios estão buscando alternativas para imóveis históricos que se tornaram elefantes brancos. Um exemplo é o Palácio dos Correios, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, que foi cedido à Prefeitura sem custos de aluguel para abrigar o Smart Sampa – um sistema de câmeras de vigilância com reconhecimento facial.

A justificativa para a cessão gratuita é que a Prefeitura assumirá os custos de manutenção e reforma, o que, segundo os Correios, compensa financeiramente a ausência de aluguel.

Conclusão

A venda de imóveis pelos Correios reflete uma estratégia de enxugamento de custos e realinhamento de prioridades em meio a um cenário financeiro desafiador. Enquanto busca gerar caixa com ativos subutilizados, a empresa também se prepara para expandir seus negócios, incluindo a entrada no competitivo mercado de e-commerce.

Agora, resta aguardar se a iniciativa trará os resultados esperados e ajudará a reequilibrar as contas da estatal.

Acompanhe as atualizações no Portal Painel Mercantil.

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